segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Nada

Falar sobre nada é uma missão difícil, venho exercitando a redação como forma de expressão, e sinto que escrever começa a ser um ato, prazeroso, espontâneo e recheado de liberação de energias. Hoje quero ficar horas falando muitas coisas ao mesmo tempo. O que pode significar, que não estou falando de nada, pois não pretendo me aprofundar em nenhuma questão . Em outros tempos até cheguei a fazer um poema pra não falar de nada. Foi bem interessante e humorado, quero dar continuidade nesse assunto, pois mesmo quando não queremos falar de nada somos obrigado a dizer alguma coisa. Mesmo que essa coisa seja um barulho ensurdecedor, que vem da construção na frente do meu apartamento, me tirando a possibilidade de tranquilidade e sossego pra trabalhar, meus ouvidos doem, minha cabeça se perturba e só me reta sair de casa para o mundo. Ou ainda sentenciar sobre a situação da politica brasileira, da tragedia com o Chapecoense, Duas situações que se contrapõe e se destacam no momento nacional, são situações que me privo de comentar, prefiro não dizer nada, sendo que uma delas me comove por inteiro enquanto a primeira me deixa em parafusos, embora as duas representem bem a situação de caus político e emocional que nos encontramos, estamos em colapso, a deriva, não enxergamos nada a nossa frente, estamos sujeitos ao acaso, e entregues as respostas silenciosas do tempo, ou as inúmeras tragedias que sofremos no dia. Mas não é disso que me propus, aqui quero apenas preencher linhas com palavras que juntas dão até significado coeso, mas que no fundo não nos dizem nada. Pode até parecer um discursos político, ou um papo informal, onde seguimos falando coisas quaisquer, para encher o tempo do percusso do dia, quando encontramos alguém com quem não temos assuntos comuns, e que aos poucos somos tomados por um silêncio insuportável, que nos faz reclamar do tempo, da rapidez com o os dias estão passando, e mesmo sobre questões que não nos interessam de forma alguma. É mais ou menos isso que estou fazendo aqui, enchendo linguiça, falando água, comendo tempo, sem deixar de falar de coisas, pois, se trata de um exercício, que envolve entendimento e envolvimento com as palavras, relação direta com sentimentos silenciosos, e uma noção básica de escrita e diálogo. Sou sempre um poço de discussão, quero saber, perguntar, opinar, discordar, salientar, colocar meu ponto de vista, dar minha sugestão, ser incisivo, pontuar, e gosto também de ouvir e aprender, acredito no aprendizado como essa possibilidade de entender e ser entendido. O nada é o começo de tudo, antes de falar é preciso existir silêncio, e antes do som existe aquele instante em que de uma música passa pra outra, ou quando o papo passa pra outro, somos repletos de silêncios, é preciso valorizarmos esse estado, é preciso priorizar a ausência de som, de assunto, é preciso adiar o começo da queda, o barulho da tragédia, é preciso um minuto de silêncio para lembramos, não podemos esquecer que antes de tudo era escuridão, e até que a luz chegasse foi preciso não ter nada.

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